Do you even know what I feel?

“... and don't have fear to make mistakes”

Clara: “Acontece que eu tenho medo, Leti. Muito medo. Medo de não conseguir amar mais ninguém como eu amei o Lucas. Medo de não conseguir me entregar a ninguém como eu me entreguei. Medo de não confiar mais, de não sentir aquele frio no estômago no primeiro encontro. Medo de passar horas me arrumando e no final mudar de roupa porque acho que nunca está bom. Medo de nunca mais sentir aquela coisa do começo, medo de não sentir uma felicidade profunda sem o menor motivo, mesmo sabendo exatamente o porque. Medo de não ser como eu sempre fui. Eu tenho todos esses medos. Porque quando um coração é ferido, ele nunca mais volta a ser o que era antes. Quando um coração é magoado, ele se fecha para o mundo e muitas vezes nunca mais é aberto. Eu só não quero ser uma daquelas pessoas ranzinzas que botam defeito em tudo por infelicidade, mas eu não consigo mais acreditar.”

Letícia: “Não se preocupe em amar ninguém como você amou outrem. Amor não é sobre repetição, é sobre doação. Não queira amar ninguém igual, pois cada um tem o amor que merece. Cada pessoa é capaz de cultivar algo na gente e nós respondemos instintivamente. Então, não se preocupa se aquela pessoa ainda não chegou, porque pode ser que ela nem exista e você só encontre várias aquelas pessoas. E é legal encontrar várias aquelas pessoas também, porque daí você pode aprender várias coisas legais e ser feliz de formas diferentes, até descobrir qual forma você gosta mais. E um coração, quando é ferido, magoado, ou qualquer coisa assim, cresce, aprende a se defender, só isso. O resto é autodefesa nossa e, desculpa Clara, amor não é sobre autodefesa, nunca foi e nunca será. Aprenda a se amar e a se querer, depois você pensa no resto. E aí, você vai ver, você vai se abrir aos pouquinhos e todos os seus medos vão passar, devagarinho. Como se fosse uma terapia dando resultado. Porque eu acho, que no final das contas, amor é uma terapia.”

Listen: Efêmeras – Tulita Ruiz